terça-feira, 14 de abril de 2009

Referências Bibliográficas


  • PERUZZO, Cicília Maria Kroling. Comunicação nos Movimentos Populares
    – a participação na construção da cidadania. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

Studio FM


A Studio FM era uma rádio pirata que mantinha um site na internet e podia ser ouvida, inclusive online, ela estava há 8 anos operando ilegalmente em Porto dos Gaúchos. Isso mesmo estava.. Porque a Agência Nacional de Telecomunicações, ANATEL, lacrou-a na manhã de quinta-feira, 02 de abril.

A associação que mantem a radio vem lutando há anos para regularizar a situação da mesma em definitivo, porem devido a grande burocracia que trava o setor não conseguiu êxito até hoje.
“Para que o projeto tenha êxito em aprovação no Ministério das Comunicações é preciso muita influencia política e dinheiro para viagem a Brasília e outros gastos, coisa que a Studio FM, por ser pequena e em uma cidade pequena não tem condições de bancar e nem sempre há políticos em nível de estado ou pais que se interessam em ajudar, geralmente eles só agilizam se a emissora for deles próprio”. Relata Roseno, jornalista.

Os responsáveis pela mesma já disseram que vão fazer de tudo para que as documentações que a entidade ainda não possui sejam liberadas para que a Studio FM volte em breve as suas atividades de cunho social e informativo na cidade.

Muitos fizeram questao de dar seus depoimentos sobre a rádio e apesar de concordarem em unanimidade que a mesma tem uma otima progamação, uma boa parte dessas pessoas acreditam que ela deve ser fechada sim, atribuindo o fato de ser ilegal!

Tipos de rádios piratas

· Uso comercial: Essa forma é a mais conhecida de todas. Refere-se a maneira como algumas pessoas promovem pequenos negócios através do anúncio dos produtos. Ou seja, o dono do equipamento recebe uma determinada quantia pela divulgação, ou pelo aviso transmitido pelo
sistema.

· Uso político: Essa modalidade torna-se comum em período eleitoral para uso de propagandas. Seu uso também é comum na convocação para assembléias, reuniões e marchas.

· Uso religioso: nesse quesito, os alto-falantes tornaram-se conhecidos como “difusoras”, que se destacaram como instrumentos para difundir a “palavra de Deus”. Para exemplificar esse uso, referimo-nos aos megafones usados por pastores evangélicos ou mesmo aos equipamentos de amplificação de sons colocados nas torres de igrejas católicas.

· Outros usos: Os alto-falantes têm sido bastante usados, em diversos países, em projetos de cultura, saúde, comunicação, educação e organização comunitária e desenvolvimento local. Principalmente em países com altos índices de analfabetismo e condições econômicas difíceis, localizados em lugares, que por suas características geográficas, não chegaram outros meios de comunicação mais sofisticados e onde a rádio massiva não cobre todo o território.

· Uso como rádio popular: Os alto-falantes passaram a ser usados como rádios populares, mas também são chamados de emissoras barriais, rádios de vizindários, ou rádios “sem antena”. Existem razões históricas, sócio-políticos, econômicas e culturais, assim como as originadas pelo uso que se faz do sistema de alto-falantes, que permitem a denominação de rádio popular para inúmeras experiências comunicativas desenvolvidas com este meio.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Uma outra visão


Entretando ao contrário do que viemos escrevendo sobre a rádio pirata, é possível encontrar outra opinião sobre esse assunto, pois historicamente as rádios comunitárias são discriminadas. No fundo não são as rádios, são as pessoas que as fazem, onde estão operando, a quem estão servindo. É a favela, a periferia, o povo expropriado. A discriminação é bem maior!

E, apesar de toda repressão e discriminação elas estão aí, falando para toda a comunidade, ganhando audiência e credibilidade, prestando os serviços jamais prestados pelas concessionárias comerciais. São elas que ajudam o povo a se organizar, levando a informação de maior interesse da comunidade, mobilizando a sociedade para ações locais, resolvendo problemas que, muitas vezes, deveriam ser resolvidos pelo estado.

São tratadas como coisa criminosa, mas são as mais procuradas pelos órgãos públicos para que prestem serviços gratuitos, o que fazem, com prazer. São, constantemente, visitadas por governantes e, principalmente por políticos em época de campanha. Todos querem tirar uma casquinha das “clandestinas”: presidente, governador, prefeito, deputado, todo mundo quer ficar bem na foto na hora da campanha, depois...


Interferênia das rádios




O perfil das rádios piratas no país é bem diferente de há 20 ou 30 anos. Se naquelas épocas havia um caráter político, hoje várias emissoras clandestinas pertencem a pessoas que encontraram nas rádios clandestinas uma maneira fácil de ganhar dinheiro. O investimento não é muito alto. Basta adquirir um transmissor, uma antena e um equipamento de som para começar a transmitir localmente. O retorno financeiro é garantido por médios e pequenos anunciantes.

Com essa vantagem financeira, muitas rádios acabam ampliando seu raio de alcance. O sinal fica não mais restrito a uma determinada região, mas pode atingir a toda uma cidade, ocasionando uma hegemonia na ocupação da frequência e atrapalhando e afetando a comunicação de piloto e base aérea como exibido no video acima.

Reportagem do O GLOBO

Como podemos observar cada vez mais há um aumento dessas rádios em todo Brasil, dando ênfase nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
A partir dessas informções e dessas notícias exibidas em jornais, televisão, entre outras mídias a polícia federal deveria fazer e itensificar essas buscas a essas rádios piratas, pois são imenso perigo a todos, como nos aeroportos localizados ao redor, a comunicação e transferência de dados importantes para o pouso ou decolagem, antenas que estão posicionadas em lugares de riscos, notícias sobre o tráfego e até mesmo traficantes que colocam músicas incentivando ao crime. Também é necessário ressaltar que as rádios comerciais também podem causar esses problemas e que é muito importante observar e fiscalizar não so as comunitárias mas sim as comerciais também, pois as duas causam riscos as vias aéreas. Resumindo é necessário dá uma importância maior a esse problema cada vez mas comum.

Rádio: Livre, Comunitária e Clandestinas


As rádios livres surgem no Brasil antes do nascimento das rádios comunitárias e as diferenças estão relacionadas a questão de propriedade, posse, na preocupação com o conteúdo e também na explanação do Estado que pode apoiar uma e outra.

O movimento de rádios livres apareceu no Brasil lá pela segunda metade da década de 80. Primeiramente era apenas um divertimento de técnicos em eletrônica. Depois, grupos políticos de esquerda e estudastes universitários colocaram suas emissoras no ar. Como não poderia deixar de ser, o governo da época abriu fogo contra esse tipo de radiodifusão. Muitas rádios foram fechadas, com seus mantenedores sendo processados. Alguns sustentam que algumas rádios piratas seriam “rádios livres”, pois não teriam caráter comercial e não interferiam na comunicação de outros meios.

As rádios comunitárias têm a preocupação de conquistar a posse e a propriedades do meio que as incluam nas atuais regras e leis da comunicação, por isso os interessados nas rádios comunitárias organizam grupos de seus interesses políticos ou econômicos. Por esse motivo que essas organizações participam de redes pertencendo ao campo de comunidades políticas, religiosas, seitas e empresários da área de meios de comunicação.

As emissoras clandestinas se identificam por emitirem em países onde há Estado de Exceção, onde não existe direitos e garantias individuais ou está sob um regime ditatorial civil ou militar. Nesse sentido as emissoras clandestinas servem a todas as estruturas ideológicas. Na Nicarágua surgiu a Rádio Venceremos onde os sandinistas emitiam suas opiniões e orientações com o objetivo de derrubar o governo de Anastácio Somoza. Ao conquistarem o poder os sandisnistas passaram a ser criticados por outra emissora clandestina organizada por seus inimigos políticos e militares. Rádios clandestinas são usadas em guerras. Na segunda guerra mundial haviam emissoras dos ingleses que emitiam em alemão e dos alemães que emitiam em inglês. Essas emissoras eram clandestinas e tinham objetivo estritamente político, fazendo parte dos instrumentos de guerra. Fidel Castro e seu grupo criaram uma emissora clandestina que irradiava em Cuba até a tomada do poder em 1959. A ditadura militar no Brasil preocupada com o uso de emissoras de rádio clandestinas por forças de esquerda criou o decreto 236 com seu artigo 70 em 1967complementando a Lei 4.117 de 1962. Porém a esquerda brasileira nunca usou de meio de comunicação eletromagnético clandestino, o decreto acabou servindo para punir os responsáveis pelos projetos de comunicação de baixa potência, ainda hoje.




"A rádio livre é aquela que, numa conjuntura conflitiva ou não conflitiva,

ocupa um espaço no dia dos receptores sem ter
recebido a concessão de um canal [...] é normalmente operada
por amadores, que entram no ar correndo todos os riscos
previstos pela legislação, como sua prisão e o lacramento ou
apreensão dos transmissores [...]. Em geral, representa uma
forma de contestar o sistema de radiodifusão vigente, que
priva a maior parte das organizações da sociedade civil do
acesso às ondas sonoras."
Peruzzo (1998, p. 126)